
De descendência anglo- irlandesa, deixou a escola aos 16 anos de idade. Viveu numa sociedade profundamente separatista e elitista. Para ganhar a vida, trabalhou na área de jornalismo, política e até na industria, nenhum destes de forma consistente. Poeta frustrado, que nunca teve sucesso nem reconhecimento. Num período em que as últimas fronteiras terrestres tinham sido quebradas, viu o seu primeiro reconhecimento público em 1907 ao ultrapassar a linha do Polo sul e percorrer para além desta mais de 180 km - furthest south. Ainda assim, ao regressar à sua terra natal e apesar de ter subido à categoria de cavaleiro de Eduardo VII e arrecadado um prémio de £ 20.000 pelos seu feitos, o horizonte da sua ambição estava longe de ser atingido. De alguém que acreditava, para além do que lhe era imposto, mesmo já depois da luz da ribalta lhe ter sido mostrada e que lhe daria certamente suficiente conforto para o resto da sua vida e da sua família, o seu lugar ainda não tinha sido conquistado.
Em 1917 empreende nova aventura, com o objetivo de atravessar de barco a região da Antártida e assim completar as expedições de Amudsen e Scott e com esta aventura vê o seu nome definitivamente gravado na memória da civilização.
Uma aventura do início do século passado. Um exemplo de liderança e perseverança, mas onde também pode caber a esperança da vida, coragem de sobrevivência numa zona inóspita e que durou mais de 2 anos, carisma para com os seus 27 companheiros de viagem. Mais do que uma história de um herói do passado, um exemplo de que é possível haver feitos, mesmo no século XXI.
Shackleton's Epitaph by a Scots doctor on South Georgia;
"So what they do? They sit and pray to God? Or start writing dramatic diaries about all is lost, same like Captain Scott? Na-a-a-a-w! Shackleton just say: "Ok boys! We go home!" - and he bring' em all home, safe and well.